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ESTAMOS APLICANDO TREINAMENTOS DO JEITO CERTO?


Trabalhando a mais de 13 anos com treinamento e desenvolvimento de pessoas por diferentes empresas, ou mesmo participando de eventos similares, vejo em muitos casos que precisamos dar melhor atenção ao assunto. Temos um acumulo de informações apresentadas nos encontros para um público diversificado e ai a minha frequente pergunta que nunca se cala: Qual é o resultado real gerado?

Analisando a história dos diversos povos, nos deparamos com a estrutura piramidal onde aqueles que detém o poder ditam as regras e quem está abaixo, os seguidores, mesmo que não concorde com a opinião ou tenha inteligência e capacidade para ir muito além, acaba ficando a mercê do que foi explanado. Será que precisamos ter este modelo dentro da “sala de aula” atual? Será que o mundo contemporâneo espera de seus palestrantes uma simples locução de um conteúdo, ou será que o que precisamos é de inspiradores e suas ferramentas?

Não podemos ignorar que é o interesse sempre está na mão de cada e ele que precisa fazer o caminho, mas estou aqui falando do papel de quem está a frente. Um palestrante, instrutor, professor ou mestre precisa acima de tudo do potencial de liderança dentro do ambiente em que atua e um bom líder é aquele que inspira, que busca de modo coletivo incentivar sua “plateia” a descobertas, a pensar e pesquisar além para de fato se beneficiar.

Penso que contribuir com o desenvolvimento, começa na essência de inspirar as pessoas. Mais do que apresentar um grande bloco de informações que aliás hoje estão disponíveis na rede seja por vídeos, sites, blog, livros online entre outros. É necessário de fato estimular as pessoas a pensarem sobre o assunto. Desta forma, mais do que saber sobre o tema, os envolvidos – cada um com sua inteligência e experiências – poderão de fato irem muito além no assunto. Ensinar o caminho ou motivar a busca das chaves para abrir as portas e entrar?

Há um tempo atrás, na realização de um programa “Agente Multiplicador – Ferramentas para Ensinar” fui questionado por um dos assistidos: Como fazer para envolver as pessoas por longas horas (3 horas naquele caso) em um conteúdo, de modo que boa parte mantenha-se participativa e de fato construa um raciocínio? Pois é, minha resposta não saiu em palavras, mas pedi para que aguardasse e no final voltaríamos a questão. Seguindo com o trabalho, iniciei o novo tema criando perguntas de modo que cada um pudesse relatar sua opinião. Geramos quase que um debate, e eu buscando manter o grupo dentro do foco proposto, e ao longo fui apresentando os tópicos correlacionados. Em poucas horas conclui que tinha mais conteúdo a adicionar em meus slides, tamanha riqueza de informações produzidas naquele pequeno espaço de tempo. Até ultrapassamos em alguns minutos o horário e ninguém sequer percebeu. Certamente, se após este período eu aplicasse um método antigo e talvez ultrapassado – um teste – teríamos notas muito mais felizes. Quando existe a integração dos envolvidos, a assimilação se torna mais fluente e o conteúdo de modo mais qualificado. Basta ver que nos bastidores de universidade um livro comentado é imediatamente aceito para leitura, onde não existe a obrigatoriedade e sim a compra de uma ideia, de uma recomendação bem apresentada. Já se o mesmo livro for tema de uma avaliação, poucos vão se interessar de fato pela apreciação das páginas. Qual será a diferença neste caso? Ao terminar, retornei a questão e, antes de trazer a resposta ao questionamento, o aluno agradeceu e disse já ter compreendido através da vivência que o debate lhe proporcionou. Certamente, isso não será facilmente esquecido por ele.

Em um texto institucional, inspirado por uma palestra que assisti da Filósofa e Poeta Viviane Mosé, escrevi: “A vida sem “poesia” é um tanto quanto vazia, assim, desenvolver pessoas sem inspira-las se torna um tanto quanto vago”. A essência pode ser trazida a tona com debate, com participação, com vivência, ou então deixada de lado apenas no cumprimento de um protocolo – apresentar o programa. Eu prefiro a riqueza que nasce quando geramos o envolvimento, do que perguntas soltas no final ou a ausência delas. A meu ver, a diferença dos múltiplos cursos, aulas ou palestras está no espírito de liderança de seu apresentador em inspirar pessoas. Pense nisso! Deixe sua opinião.

Por Wanderson Ribeiro

Consultor Líder de todos os projetos implementados pela Treicons – É Especialista em Sistemas de Gestão Integrada pela SGS Academy. Formado em Professional Self Coaching e Analista Comportamental certificado pelo IBC Instituto Brasileiro de Coaching, e formando em Tecnólogo em Gestão de Pessoas pela Universidade Anhembi Morumbi. Treinador corporativo, atua a mais de 13 anos em Treinamento e Desenvolvimento em empresas de diferentes segmentos e público aberto, bem como em entidades como SENAI-SP, além de programas de coaching individual e em grupos. Auditor nos sistemas ISO 9001, ISO TS16949, ISO14001, OHSAS18001 e SASSMAQ, realiza consultorias nos sistemas citados para indústrias inclusive ramo automotivo, metalúrgico, logístico e prestadores de serviços. É também sócio-fundador da Treicons Soluções e consultor associado em outras consultorias Contato wanderson@treicons.com.br

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